quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Aperfeiçoamento da máquina humana


Autor: Fábio Parente Simão

(Psicologia Aplicada)


O processo de modernização social, caracteriza-se, fundamentalmente, pela consolidação da economia capitalista e do estado moderno, o que significa dizer que o modo de produção capitalista constituiu-se no grande marco diferenciador da era moderna.

Nessa época o homem deixou de ser visto como um ente que apenas atendia aos desígnios divinos, era como se o corpo tivesse um valor sagrado, passou-se a ver esse mesmo corpo como uma máquina, um instrumento para a consolidação do então, novo sistema, o capitalismo, é ai também que começa a exploração do homem como trabalhador, que vende seu corpo em troca de sua subsistência.

Começa então uma busca quase que incessante ao aperfeiçoamento dessa máquina humana, pois com o advento da Revolução Industrial e a emergência de novas tecnologias de produção, o corpo do trabalhador é cada vez mais solicitado como peça imprescindível da engrenagem industrial capitalista, essa busca desenfreada pelo aperfeiçoamento do homem chega ao seu extremo com Hitler e o nazismo que idealizavam a criação de uma raça modelo, uma raça pura, de superioridade ariana.

No inicio dos anos 1960, temos a era pós-moderna, nesse período começa um movimento de resgate da corporeidade, de revalorização e reformulação de sua dimensão, tendendo a relações mais livres e emancipadas entre os corpos, a sociedade e a cultura, o corpo deixa de ser tratado como máquina a serviço da produção e passa a ser visto como corpo-consumidor, exemplo disso é o mercado cada vez mais lucrativo de cosméticos, as clinicas de cirurgia plástica, as academias de ginástica e etc., é a época do narcisismo.

Fica evidente nesse período, o extremo oposto do sentido e função dados ao corpo no inicio da era moderna e do capitalismo, nesse momento da história, o corpo não apenas deixa de ser tratado como um instrumento de produção, ele simplesmente passa a ditar padrões de beleza na sociedade.

Não há dúvidas de que o homem, ou seja, o corpo, foi de fundamental importância para o nascimento, crescimento e sustentação do capitalismo como modelo econômico, e é exatamente por isso que não podemos nos tornar escravos desse modelo que criamos, não podemos aceitar que ele nos tire o senso crítico, por exemplo, não temos que aceitar nem muito menos nos adequar a qualquer custo à tudo o que nos é imposto e ditado como padrão de beleza, pois se assim fizermos, corremos o sério risco de estarmos criando um pequeno Hitler dentro de nós mesmos.

6 comentários:

  1. A MENTE HUMANA É MUITO CRIATIVA E ESTA SEMPRE EM BUSCA DE UM NOVO, DE ALGO DESCONHECIDO, A EXEMPLO DISSO É ESSA MUDANÇA QUASE QUE PERENE DA FILOSOFIA DO HOMEM EM RELAÇÃO AO UNIVERSO, AO MEIO EM QUE SE VIVE. HOJE VEMOS UM HOMEM TOTALMENTE PREOCUPADO EM SEU BEM ESTAR, SUA ESTÉTICA, SUA MELHORIA DE VIDA, EM SUA APARÊNCIA. DIFERENTE DE TEMPOS ATRÁS ONDE SE TRABALHAVA PARA O SUSTENTO. HOJE COM A MENTE MAIS DESENVOLVIDA E IDÉIAS MAIS CONDIZENTES, VEMOS QUE O HOMEM VEM APRENDENDO QUE SUA VIDA E MAIS IMPORTANTE QUE O CAPITALISMO.


    RAIMUNDA SIULANI SANTOS RODRIGUES.

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  2. Muito bom o texto, fazendo uma breve viagem pelo desenvolvimento histórico do uso do corpo humano, passando por pessoas como Adolf Hitler em que este queria “apenas” criar uma raça pura como se fosse um DEUS, sendo que nem o nosso senhor supremo imaginaria e permitiria uma coisa dessas, pois somos filhos de um único pai e senhor DEUS, o criador de tudo e de todos e chegando ao dia de hoje em que as pessoas fazem loucuras pra de certa forma ter um corpo supostamente perfeito.

    Girlano Márcio Souza

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  3. Muito interessante o texto que nos trás um assunto muito debatido nos nossos dias de hoje que é o culto ao corpo humano, onde pessoas fazem coisas absurdas para em sua opinião ficarem bonitas, chegando a passar fome e prejudicando seriamente o desenvolvimento de seu bem mais precioso que é o seu corpo, por causa de uma carreira por exemplo de modelo que é uma coisa passageira e que por causa dessas atitudes futuramente irão sofrer as consequências.

    Dyanne Nair Rodrigues Paiva

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  4. O último parágrafo foca em um ponto interessante: o modelo ideal de corpo que nos é imposto pela sociedade, pelo sistema. O ser humano como individual é descartado pela sociedade, vemos todos os dias, todos os momentos, as pessoas serem rotuladas pelo que parecem. Não somos mais, para a sociedade, o que pensamos e sentimos, nós somos o que vestimos, nós somos o que parecemos. A sociedade nos impõe não ser mais nós mesmos, e sim uma parte de um grupo social, de uma tribo, de pessoas padronizadas, rotuláveis. Então devemos sempre fugir disso, pois só assim poderemos resgatar nossa identidade.

    FRANCISCO DANIEL SOUZA FERNANDES

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  5. Georgia Mayara - Sala 071 de outubro de 2009 às 22:46

    o que ocorrem é que esses padrões mexem com o psicológico das mulheres, pois existe uma influencia acirrada que impõe padrões magérrimos fazendo-as acreditar cada vez mais que só serão aceitas pela sociedade se aproximando dos mesmos.
    Para fugir desses padrões que as vezes agridem tanto o aspecto físico quanto emocional, talvez seja necessário que as pessoas ressignifiquem seus conceitos de beleza, priorizando seus pontos fortes afim de descobrir sua beleza natural.

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  6. O capitalismo tornou-se o sistema econômico com grande importância e consegue perdurar por tanto tempo devido ser um sistema maleável à situações distintas. Constáta-se isso na observação de como os responsáveis por esse sistema usam as situações, mesmo que adversas a seu favor. Temos como exemplo o fato de terem observado que o corpo humano além de ser um corpo produtor também poderia ser um corpo consumidor. Temos também como é exemplo o fato de terem cedidos às pessoas um maior tempo osioso para que essa podessem ter algum tempo para cosumir.
    Ass: Jarbas Vasconcelos

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